O Sistema Caracol de Rádio e TV é resultado da mobilização da comunidade do Aglomerado da Serra, da Associação Comunitária dos Moradores da Vila Santana do Cafezal e da organização Brigadas Populares, com o objetivo de construir um instrumento de comunicação popular. O coletivo Caracol está aberto aqueles que também acreditam na importância da comunicação feita pelo povo e para o povo.

CONCURSO PARA MERCADO MINEIRO DE SANTA TEREZA

VERDADES ANTECEDENTES DA ESCOLHA POPULAR

Antes de analisar hoje, qualquer mérito das novas propostas para o Mercado de Santa Tereza, temos de ter o bom senso moral de ressaltar e reconhecer a vitoria dos moradores e amigos do bairro Santa Tereza e como desdobramento, vitória de BH. Primeiro porque a Associação do Bairro Santa Tereza não se omitiu diante das pressões da Prefeitura e da Guarda Municipal, quando queriam outro dia mesmo, destinar o Mercado Distrital para fins de controle social, repressão e vigília. A prefeitura de olho grande, desocupou a área, isolou o local e a Guarda preparava seu arsenal para invadir de vez o Mercado. A Associação dos Moradores do Bairro de Santa Tereza entrou em ação e ás duras penas, lutando contra a gigante maquina desigual e desumana do poder publico, alcançou êxito e derrubou a afronta anti cultural, anti solidária e anti economica da prefeitura e de seus aliados. Mas não foi uma briga de gabinetes. Não foi uma guerra de armas e milícias. Foi uma luta do povo; principalmente dos moradores do bairro de Santa Teresa. E o mais saldável e democrático desta luta é que a VITÓRIA se fez através de um instrumento legítimo, que poucas vezes fizemos uso dele, o PLEBLISCITO POPULAR. E escrevo isso porque também sou morador do bairro, participei desta vitória e frequento a área não é de agora.
A Associação dos Moradores fez apologia e instigou ao/o Plebliscito. Assim se fez respeitar. O resultado desta vontade e moblilização confirmou e afirmou a vocação cultural do bairro de Santa Tereza. Os votos registrados, na mesma urna eletronica utilizadas pelo TRE, apresentaram mais de 90% a favor da revitalização cultural do Mercado. Ganhou a arte, ganhou a vida, ganhou a organização popular.
É a partir deste momento vitorioso e incontestável que podemos desfrutar, compartilhar e refletir agora sobre o Concurso e sobre os projetos apresentados para esta finalidade cultural a que se destina o Mercado de Santa TEreza.

SOBRE O CONCURSO

Abriu-se a possibilidade de um concurso, na qual se elegeram 3 propostas dentro dos critérios e prazos estabelecidos pela prefeitura. Também foram escolhidos pelo poder publico os conselheiros, o presidente e a Comissão Julgadora do Concurso, o qual estabeleceu as regras e as determinações a serem seguidas pelos proponentes e candidatos. Fora essa introdução vamos as reflexões:

1º QUEM ACREDITA EM PAPAI NOEL VOTA VIRTUAL. ORÇAMENTO PARTICIPATIVO É UMA BOA, MAIS VIRTUAL VIRA NEGOCIO PRIVADO. Faça um teste voce mesmo, pegue o nome completo de alguma pessoa e entre no site do TRE que voce consegue o nº do titulo e o nº da seçao e outros números que voce precisa para votar em qualquer uma das propostas no site da Prefeitura. Quem conhece a realidade sabe que as empresas que estão por trás deste concurso tem internet disponível, com melhor acesso e em maior quantidade que os moradores ou qualquer outra Associação da sociedade civil. E não é despresível saber que ArcelorMittal , Belgo Mineira, Vale, Petrobras, Sesi, bancos, e grupos de Telefonia, são multinacionais que deteem estruturas humana, e recursos abrangentes, tanto financeiros como de lista de cadastro de pessoas e coligados para atingir seus objetivos de marketing cultural, e assim sendo, porque não usufruirão disso, o quanto precisarem, para tirar vantagem neste concurso? Acredite se quiser, mais papai noel e orçamento participativo digital são duas coisas criadas pelo Diabo para iludir os pobres e os artistas, ou os dois juntos!

2ºNAO EXISTE DEBATE E SIM PROPAGANDA ALIENANTE DA PREFEITURA
Para entregar os bens culturais da cidade ao Deus mercado, a prefeitura, neste concurso, faz de tudo um pouco. Deste lavar as mãos e tapar os olhos até tornar invisível a discussão sobre as propostas. Até hoje não teve espaço OFICIAL de confronto das ideias apresentadas; deve acontecer na véspera do resultado para melhor manipulação dos fatos consumados.
"A Prefeitura informa que o seminário com os autores das propostas inscritas no concurso que vai definir uma nova utilização para o Mercado de Santa Tereza, agendado para 10 de novembro, segunda-feira, às 19 h, no Oasis Clube, foi cancelado. Uma nova data será marcada posteriormente". Entao alem de de ser um unico dia reservado para esta reflexao, ainda trazem empecilhos para esta realizaçao que nos afetará muito mais que o tempo de uma eleiçao.


AS PROPOSTAS HABILIDATAS

Subitraindo as diferenças de quem esta por traz de quem nestas propostas- fato que coloca o projeto 2 (mercado Mineiro de Santa Tereza) proposto pela Associação dos Moradores em grande vantagem pra quem acredita em mudança de paradigma cultural, porque quem esta atrás de uma associação de moradores são os proprios moradores e se outros moradores quiserem se associar a ela basta solicitar pedido como preza seu estatuto e participar- queremos como movimento de economia e cultura popular, que a FEira seja garantida constante e permanente e não semanal como as outras propostas sugerem. O Mercado não pode ser de lua e principalmente não pode ser regido pelas leis de mercado que as outras propostas- excepto o projeto 2 (mercado Mineiro de Santa Tereza)- já incorporaram nas suas empresas e que querem destinar a este espaço que tem o dever de servir ao uso publico.
Por ultimo e não menos importante, a tecnologia sócio ambiental deve ser aplicada e praticada no cotidiano local, sendo primordial para esta consciência o uso do Mercado não como objeto espetacular de destinação como produto turistico especifico e sim concebido para a afloração da identidade artistica da comunidade de Belo Horizonte, para daí sim, despertar o turismo pelo geito que somos.
Mais que fundamental neste local é o encontro da presença diversa de pequenos produtores, de fazedores artesanais, de prestadores de servisos fundamentais e rotineiros, de um amplo leque cultural, variado e complementar de conhecimentos, de visitantes, de frequentadores, é a combinação disso tudo, com os pequenos iniciantes das artes, pequenos coletivos emergentes, que disporiam de equipamentos publicos, de uso coletivo, para criaçao, fruiçao e aprimoramento do que já fazem, aproximando tudo de todos num mesmo local, entremostrando identidades e valorizando a ideia de Mercado de Santa tereza - onde as culturas se encontram com as fomes e as vontades de comer.

DECLARAÇÃO LÍMPIDA, AUTENTICA E POPULAR:

SEM DÚVIDA MELHOR PROPOSTA E MERECEDORA DE APOIO:

Mercado Mineiro de Santa Tereza
PROPONENTE: Associaçao dos Moradores de Santa Tereza


ass: Vinicius d. Moreira

espalhem para quem quiser, como quizer e onde nao estiver a venda dos olhos e do coraçao.

Vila viva?

Programa Vila-Viva ou Vila-Morta?
A Prefeitura vem conduzindo de forma irresponsável o Programa Vila-Viva em algumas vilas e favelas de Belo Horizonte. Milhares de famílias estão sendo desapropriadas de seu antigo lar de maneira arbitrária e injusta. A indenização é uma miséria que não permite à família removida comprar uma nova casa na cidade, restam duas opções: ou comprar um lote em alguma cidade da Região Metropolitana, como Ribeirão das Neves e Santa Luzia, ou voltar a pagar o veneno do aluguel inchando ainda mais o déficit habitacional. Quando recebem algum apartamento nos "predinhos" surgem inúmeros problemas como a gestão condominial e os novos gastos com as altíssimas contas de água, luz e a taxa de condomínio. A tendência é que a família não consiga arcar com o novo padrão de vida, pois sua reduzida renda continua a mesma...Isso sem falar nos danos psicológicos da remoção forçada. Uma coisa é viver numa vila com vida, próximo aos amigos e familiares, perto do local de trabalho e dos equipamentos sociais. Outra coisa bem diferente é ser obrigado a morar num apartamento que mais parece uma caixa de sapato número 35 ou sair forçadamente da vila com uma "merreca" no bolso sem ter pra onde ir. Assim, a mega-intervenção nas vilas quebra os vínculos de sociabilidade formados durante décadas. As crianças perdem seus amigos, a cumadre perde suas amigas e os comerciantes perdem sua fonte de renda sem receber nenhuma indenização pela perda do ponto de vendas. O Poder Público só se preocupa com as obras, não se importando com o reassentamento das famílias atingidas.A Prefeitura também está colocando números pintados com tinta vermelha nas casas que serão demolidas, igual os nazistas faziam, numa atitude de total desrespeito. Além do mais, ela vai removendo as famílias aos poucos, criando uma situação de tensão e desespero. No Aglomerado do Morro das Pedras os moradores estão revoltados e dispostos a lutar contra esta situação.Este Programa está claramente orientado pelos interesses do capital imobiliário. Somente as vilas e favelas mais valorizadas da cidade estão sofrendo as obras. Os projetos prevêem a construção de grandes avenidas que dividem as vilas ao meio ou simplesmente somem com elas, como é o caso da Vila São José. A especulação já está atuando de maneira pavorosa. No Aglomerado da Serra, o aluguel de um barraco que era em média R$ 100,00, já está custando no mínimo R$ 300,00. Até o preço do pãozinho aumentou. Um absurdo que precisa ser denunciado!As elites buscam resolver os problemas da cidade ao seu modo, não se importando se eles irão se reproduzir noutra parte da cidade, desde que seja longe dos seus olhos...Mas um novo horizonte se aproxima. Os moradores estão tomando consciência das mentiras vendidas pela mídia e a resistência popular está crescendo. Pátria Livre! Venceremos!

Grito dos/as Excluídos/as na Grande Belo Horizonte

Grito dos/as Excluídos/as na Grande Belo Horizonte
Frei Gilvander Moreira

Hoje, 7 de setembro de 2008, aconteceu a 14a edição do Grito dos Excluídos. Em todo o Brasil, mais de 500 mil pessoas, em mais de 2 mil cidades, saíram às ruas para gritar “Vida em primeiro lugar, por Direitos e por Participação Popular”.
Em Belo Horizonte a concentração teve início às 8:30 da manhã na Praça da Assembléia Legislativa. Cerca de 5 mil pessoas, militantes das Pastorais de Base e dos muitos movimentos Populares - Brigadas Populares, MST, MTD, MSU, Movimento Nacional dos Catadores de Papelão, Movimento Gay, ASMARE, Cáritas, e tantos outros marcharam pelas ruas de Belo Horizonte até a Praça Sete, onde às 12 horas foram ecoados muitos gritos: “A vida em primeiro lugar, por Direitos e por Participação Popular”; “Ribeirão das Neves merece Respeito! Mais cadeia, não!”; “Reforma Agrária, sim; agronegócio, não!”; “Transposição do rio São Francisco, não; Revitalização da bacia sãofranciscana, sim; Por um Projeto de Convivência com o Semi-árido!”; “Mineração depredadora, não; preservação ambiental, sim!” “Automovelatria, não; transporte público, sim!”; “Basta de política econômica neoliberal que empanturra os banqueiros e as transnacionais!”
A participação de 400 jovens dos colégios salesianos do Brasil, que estavam em encontro de formação em BH, deu mais alegria e encanto jovem ao Grito deste ano em Belo Horizonte.
Durante a caminhada, muito animada por sinal, as lideranças dos movimentos populares se revezavam no microfone do caminhão de som para gritar por direitos e denunciar injustiças. A caminhada continuava com palavras de luta, músicas inspiradoras e a divulgação das lutas de muitos setores excluídos.
Na parte da tarde, o Grito continuou na Praça central de Ribeirão das Neves, cidade da grande Belo Horizonte, com 350 mil habitantes. De lá ecoou um grito forte contra a construção de mais um grande presídio, além dos 5 grandes já existentes no município. Os manifestantes denunciaram o Governo Aécio Neves que insiste em privatizar os presídios em Minas, começando com a concessão de 3 mil vagas. O negócio envolve empresas nacionais e estrangeiras. O Governo pagará à iniciativa privada R$ 2.800,00/mês por preso. É um absurdo, pois em Minas até presídio virou mercadoria na mão do Governo estadual.
Deste modo foi que o povo foi para a praça principal de Ribeirão das Neves dizer que não aceita mais prisões. “Basta de Prisões! Queremos trabalho, escolas, hospitais, saneamento, arte, cultura e lazer”, gritavam!
Um grupo denunciava que vários bairros, como o São Luiz, estão sem água há oito anos. “Muitos dias não temos água nem para fazer o almoço”, desabafava uma jovem.
No mesmo tom dos anos anteriores o “Grito dos Excluídos” cumpre o seu papel histórico: mostrar que ainda existe uma grande distância entre o grito de 7 de setembro de 1822 e a efetiva conquista de direitos pelo povo brasileiro.

Frei Gilvander Moreira, tel.: 031 3221 3055, e-mail: gilvander@igrejadoc armo.com. br

Grito dos/as Excluídos/as 2008

Desde 1995, um grito vem brotando das bocas secas e famintas do povo brasileiro. Um grito que ecoa forte, que se levanta contra a transformaçao da vida em mercadoria, contra a perda de direitos, contra a opressao, a violencia e os varios motivos que nos levam a gritar, a exprimir nossa indignaçao. Esse grito é o Grito dos Excluídos/as, que nesse ano vem com o lema "Em primeir lugar, a Vida Direitos e Participaçao Popular. O Grito ocorre todo ano em Belo Horizonte e no resto do país no dia sete de setembro, dia da nossa suposta independencia, e vem denunciar o modelo político e econômico que, ao mesmo tempo, concentra riqueza e renda e condena milhões de pessoas à exclusão social, tornar público, nas ruas e praças, o rosto desfigurado dos grupos excluídos, vítimas do desemprego, da miséria e da fome e propor caminhos alternativos ao modelo econômico neoliberal, de forma a desenvolver uma política de inclusão social, com a participação ampla de todos os cidadãos.


O Grito comecará às 8 horas, com concentraçao na Praça da Assembleia, no dia sete de setembro, domingo. Partcipe!


O seu grito precisa ser ouvido!


Outras informaçoes: http://www.gritodosexcluidos.org/
Nucleo de pastorais: (31) 3428-8046